Eu amo um amor que não se explica. Assim como tintas e sons não se desgrudam de mim, um certo amor inexplicável e singelo teima em povoar meu coração. Há doze anos ele faz jardim florido em mim. Mesmo que as vezes doa, que as vezes pareça a toa, sem querer me arrebata avisando "ainda estou aqui, bem aqui". Estou diferente, mas estou presente. É grátis, gratuito, passeia em mim e quer ficar, porque então devo rejeitar? Compreendo que devo respeitar. Respeitar o tempo desta história, que por presente memória conto: ainda não chegou ao fim.
Assim, simples e sincero, por vezes quase silencioso, me elevo quando respeito este fato em mim, em mim mesma. Quando respeito este fato em mim mesma, cresço algo a mais em mim. Fico mais feliz, sem temor. Apenas querendo ver a cor, a cor possível de um amor independente dos terremotos e intempéries, independente das diferenças das espécies. Independente do que a sociedade exija para uma casal existir. Sinto o que é possível sentir. Sinto um amor puro. Escuto meus poros, cada partícula em mim e repeitarei-as...quando elas mudarem saberei aqui, no coração, saberei em mim. POr enquanto sigo amando...