Vieram eles leves, longos, fluidos, fortes, ora finos ora ops...sumiram elas...as palavras. Enquanto escrevo algumas coisas acontecem ao redor e isso rouba de cena os desenhos do dia de meu olhar e estupefato pensamento. Respiro e prossigo.
...chegaram cedo, sem medo e foram ocupando cada centímetro de meu dia. Em preto marcante molharam superfícies, sentaram curvaturas nas planícies e encostas cantando respostas de beleza sem fim, bem breve, suave, ao pé do meu ouvido, e braços, e pernas e veias e frestas,lamberam minha face, lamberam minha entranha, lamberam meu presente, minha mente, mas tamanha enchente de desvios e vertentes, vazadas, vigentes, vestiram meu sentir. Deu vontade de ouvir, de sorrir, de cantar, quando a hora do encontro veio só para exaltar as delicadas decisões discutidas bem aqui , dentro, vi janela, passou vento, ´sol ardia mesmo assim. Sentei, sentou, olhei, olhou, sorri, fechou...abriu, abriu, abriu! Estava pronto o desenho do dia! Destes que nunca nunca nunca devem se apagar! Atemporais...
